Os sonhos de crianças refugiadas visualizados por artistas
Ao longo de 16 dias, os fotógrafos Debra Barraud e Benjamin Heertje, além da designer gráfico Annegien Schilling e do cineasta Kris Pouw, viajaram mais de 7.000 km através de cinco países europeus para capturar os sonhos das crianças que fugiram de guerra e perseguição na Síria, Afeganistão, Somália e outros lugares.
O resultado é o projeto “Dream Diaries” (Diários de Sonho), onde crianças que buscaram refúgio na Europa contam suas histórias e têm fotos criadas com suas esperanças e sonhos.
Depois de coletadas as histórias e sonhos, os artistas criaram uma imagem para simbolizar seus sonhos e viram que se aquelas crianças tiverem o apoio certo poderão conseguir qualquer coisa.
Visualizando os sonhos das crianças
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O maior sonho de Marianne (7 anos) é ter sua própria bicicleta um dia. “Talvez, se eu pedalar muito rápido, eu serei capaz de voar”, diz ela. Marianne nasceu na Somália mas hoje vive em Berlim. Ela é uma das milhões de crianças que fugiram de suas casas para começar uma nova vida na Europa.
Metade dos refugiados são crianças
Segundo a UNICEF, mais de 50% dos refugiados eram crianças em 2016. São crianças desacompanhadas ou separadas, principalmente do Afeganistão e da Síria, fizeram cerca de 75.000 pedidos de asilo em 70 países durante o ano de 2016. Aproximadamente um terço das pessoas que procuravam asilo na Alemanha em 2015 e 2016 eram crianças e jovens.
“O tom geral das imagens das pessoas refugiadas é muito triste, sem esperança e quase deprimente. Achei interessante que criássemos fotos que dessem esperança às pessoas”, diz Schilling, a designer gráfico do projeto.
Um dos objetivos do projeto Dream Diaries é chamar a atenção para a petição global da UNHCR, agência de refugiados das Nações Unidas, que pede que os refugiados recebam segurança, educação e oportunidades assim que chegarem ao seu novo país. A petição já conta com mais de 350 empresas e organizações não governamentais com foco na ajuda aos refugiados. São mais de 959 iniciativas, 1,8 milhões de assinaturas e 15.5 milhões de conversas envolvendo os refugiados.
O projeto “Dream Diaries”, além de divulgar essa campanha, visou trazer esperança para as crianças refugiadas.
Apesar de dizer ter uma memória fraca e não se lembrar muito da sua viagem até a Suíça, Roussel, uma refugiado síria, conta que lembra do seu primeiro dia na escola lá. “Todos falavam francês e a única coisa que eu sabia dizer era ‘Bonjour’.”Quando estou sozinha no meu quarto, o que mais gosto de fazer é dançar. Danço com minhas irmãs e amigos e se estamos tristes dançamos e isso melhora nosso humor”, conta.
Outra criança refugiada que participou do projeto é Manaal, uma refugiada da Somália. Morando em Amsterdã, ela conta que só voou de avião uma vez, quando veio da Somália.